segunda-feira, junho 20, 2005

A Lua em torno do sol

Sou como a Lua que cresce e sempre há-de crescer, em torno de um sol imaginário... uma luz que me envolve e me toca sempre em contornos de veludo... delicada e espirituosa... Sussura baixinho a air on a g string to Bach que me comove e me enche de esperança... que me acalenta na sua mistura de tristeza e de alegria, num verdadeiro grito à vida e à coragem de seguir sempre em frente e nunca parar na vida igual de sempre , nas coisas iguais de sempre e na tristeza infindável das horas vagas, dos dias perdidos, dos sentimentos vazios e da vulgaridade confortável e geral de toda a gente. A luz cresce em mim , não a vontade de mudar o mundo mas a vontade de me mudar a mim mesma nos momentos errados e não sucumbir ao banal de tudo... não muda-lo mas não ser igual a ele. Essa luz , terna ora doce ora amarga, faz-me rondar à sua volta, efeito centripto, o desejo de me procurar, ser cada vez mais parte de mim, mais igual a mim... reeancontrar o sítio onde me perdi nos confins do mundo e construir o meu abrigo sólido, seguro.... Com uma porta central e aberta para aqueles que me tocam a alma e fazem parte do meu sonho, dos meus tijolos, das minhas escadas, das minhas paredes e das muitas e infindáveis linhas dos livros da minha estante infinita das palavras ditas nunca esquecidas... os sorrisos e as lágrimas dos meus quadros, da tinta que escorreu das minhas mãos...

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