quarta-feira, abril 29, 2009


Escrevo...
como penas que voam
e estrelas que caem...
Escrevo...
como um sussuro...
um pedido de amparo
ao meu anjo da guarda, a uma alma, a uma testemunha...
com esperança intensa que me consiga ouvir...
Escrevo...
Para estancar o sangue daquela ferida,
tranformar a dor e a desilusão em algo deslumbrante
algo mais suportável, aceitável, dignificante
Para não dizer que as horas cairam em algo vago e não foram perdidas...
Escrevo...
para me enganar, fantasiar, e de leve embriagar a realidade
na esperança vã de edificar algo nos estéreis corações de titânio
que a vida cremou e transformou em pó e em nada...
Escrevo...
com o pesar das respostas que não chegaram
com o pesar das garrafas de ilusão que não deram à costa
para que me possa confessar, ilibar e libertar
como se de largarta amanha me pudesse transformar em borboleta...
Escrevo...
para saborear o enlaçe de veludo nas minhas duvidas
para trautear em recantos tão meus e tão prateados
as palavras que ainda tanto anseio ouvir...
Escrevo...
Para rodopiar e dançar sobre aquela doce musica
sentir a harmonia, o aconchego e a paz
que em silencio os meus ouvidos ainda conseguem sentir
Escrevo...
para que os meus sonhos nunca definham na encruzilhada
e sigam o seu caminho, sobre campos de tiro e dias sem lua...
Para que os meus sonhos se mantenham erguidos
e neles exista uma fada ou uma estrela do norte que os conduza ao destino.

Um comentário:

Unknown disse...

Ficamos mesmo a espera de uma participação tua na nossa zine :-)

Muito bom :-)