quinta-feira, abril 30, 2009

A saudade Aconteceu




Há pouco quando ficaram
Teus olhos presos nos meus
Quantos segredos contaram
Quantas coisas revelaram
Nessa confissão meu Deus
No silêncio desse adeus




Há pouco quando teimosas
Duas lágrimas rolaram
Trementes silenciosas
Deslizaram caprichosas
E nos teus lábios pararam
E nosso beijo selaram




Há pouco quando partiste
Todo o céu enegreceu
Ainda bem que tu não viste
Formou-se uma nuvem triste
Chorou o céu e chorei eu
E a saudade aconteceu

Camané

quarta-feira, abril 29, 2009


Escrevo...
como penas que voam
e estrelas que caem...
Escrevo...
como um sussuro...
um pedido de amparo
ao meu anjo da guarda, a uma alma, a uma testemunha...
com esperança intensa que me consiga ouvir...
Escrevo...
Para estancar o sangue daquela ferida,
tranformar a dor e a desilusão em algo deslumbrante
algo mais suportável, aceitável, dignificante
Para não dizer que as horas cairam em algo vago e não foram perdidas...
Escrevo...
para me enganar, fantasiar, e de leve embriagar a realidade
na esperança vã de edificar algo nos estéreis corações de titânio
que a vida cremou e transformou em pó e em nada...
Escrevo...
com o pesar das respostas que não chegaram
com o pesar das garrafas de ilusão que não deram à costa
para que me possa confessar, ilibar e libertar
como se de largarta amanha me pudesse transformar em borboleta...
Escrevo...
para saborear o enlaçe de veludo nas minhas duvidas
para trautear em recantos tão meus e tão prateados
as palavras que ainda tanto anseio ouvir...
Escrevo...
Para rodopiar e dançar sobre aquela doce musica
sentir a harmonia, o aconchego e a paz
que em silencio os meus ouvidos ainda conseguem sentir
Escrevo...
para que os meus sonhos nunca definham na encruzilhada
e sigam o seu caminho, sobre campos de tiro e dias sem lua...
Para que os meus sonhos se mantenham erguidos
e neles exista uma fada ou uma estrela do norte que os conduza ao destino.

terça-feira, abril 14, 2009

Espero... que me encontres


Espero... que me encontres

Espero... que me encontres
nas constelações de tectos sem lua
entre um sorriso e uma conversa banal
que me encontres... por ai algures

Espero... paciente...que me encontres
Amarrada entre as cores daquela amizade tão tua
Amarrada entre sentimentos crepusculares
que me encontres por ai , dentro de ti, algures...

Espero que me encontres por ai, num sonho ou miragem
Bordada em prata nos teus ecrãs diários
ou tatuada num teclado que te prenda as mãos
para que te possa abraçar e ensurdecer todos esses nãos.

Espero... que me encontres
nas constelações de tectos sem lua
entre um sorriso e uma conversa banal
que me encontres... por ai algures

Espero...que me encontres por ai... perdida algures
Talvez na melodia daquela musica cúmplice
em que te digo que és o meu anjo de cetim
e em que és único para mim!

Espero encontrar-te
Que os teus contornos surjam
ensaiados no fumo da solidão dos olhos tristes
próprios das pessoas que ainda sonham

Espero... que me encontres
nas constelações de tectos sem lua
entre um sorriso e uma conversa banal
que me encontres... por ai algures