segunda-feira, junho 29, 2009

Como Lua sem Sol


Como Lua sem sol

Abafo e encerro em meus olhos
lágrimas custosas e feridas
Vou sepultando-as uma a uma
Em perfeitos ensaiados sorrisos
Vou verbalizando e utilizando luz artificial
Como se ainda me fosse possivel viver
viver sem a alma, porpurina e sem oxigénio
O encanto partiu e partiu-me em pedaços pequenos
E embrenhados nos teus caracois
desalinhados, lindos de tão desprovidos de lógica,
estilhaçaram-se as ilusões de dias de verão ensolarados.
Como uma lua sem sol
Desejaria eclipsar sem poesia no meu inverno pessoal
Mas vou morrendo, perdendo sombra e definhando...
Almejo a nossa força gravitica de outrora.
Mas perdi-me em mar alto e tempestuoso
Sem bóia, refugio e naufraga,
ancorei...
sem eixo rotacional.
Perdi e perdi-te
Sem na realidade nunca ter tido.
Embacio-me em cada uma das letras da palavra tristeza ...
Hoje escrita, tatuada na minha mente e elevada ao expoente infinito
Vou caminhando sobre esta palavra
Como numa viagem no Ic19 sem fim...
sem destinos e sem almejos.
Viagem essa no carro que em vez de conduzido por ti
é agora conduzido só por mim.
Hoje o meu coração é apenas um papel amarrotado
de tinta derramado...
E neste papel em vez de estar escrita uma história nossa
Estão apenas espetados pequenos vidros
que sem culpa, não sentias, nem sentiste, nem conseguiste sentir
logo não soubeste guardar e transformar em estrelas.